Com o início do inverno nessa quarta (21), o organismo começa a se adaptar às baixas temperaturas. Segundo Everardo Magalhães Carneiro, professor-titular de biologia estrutural e funcional da Unicamp, os hormônios tireoidianos têm papel fundamental na aclimatação do corpo ao inverno. “Você pôs os pés na rua em um dia frio, os hormônios tireoidianos já aumentam. É uma questão de minutos”, afirma. “As taxas permanecem mais altas enquanto estiver frio”, completa o fisiologista.

O frio é percebido no corpo por meio de receptores, estruturas modificadas das células, localizados na pele. Conectados ao sistema nervoso central, esses receptores enviam informações ao córtex que, por sua vez, manda impulsos ao hipotálamo para estimular a liberação do hormônio TSH pela hipófise.  O TSH estimula a tireoide a produzir os hormônios T4 e T3, que induzem o aumento do metabolismo do corpo, gerando mais calor.

De acordo com Carneiro, a pessoa que tem metabolismo basal alto (quantidade de energia que seu corpo consome em repouso) tende a sofrer menos com o frio.

Cada pessoa, uma sensação térmica

O frio é sentido de forma diferente entre as pessoas. Além do metabolismo basal, outros fatores que interferem nessa sensação são a genética e a presença da gordura subcutânea.

Quanto mais gordura subcutânea, maior será a resistência à perda de calor, segundo Paulo Olzon, clínico geral e infectologista da Unifesp.

Há um outro tipo de tecido adiposo, chamado de gordura marrom, que auxilia na sobrevivência em lugares muito frios. Ele se desenvolve na região dorsal (costas) do corpo em pessoas que vivem em climas hostis, como os esquimós.

Com maior irrigação sanguínea que o tecido adiposo branco –daí o nome “marrom”–  ele tem a função, assim como os músculos, de produzir calor para o corpo. “Ele quebra a molécula ATP com maior eficiência em resposta aos hormônios tireoidianos mantendo a temperatura corporal constante”, afirma Carneiro.

Como animal homeotérmico, o homem mantém sua temperatura corporal constante independentemente do meio externo. A temperatura humana em torno de 36,5º C favorece a atividade enzimática.

Um mecanismo que o organismo utiliza para produzir calor quando começa a perdê-lo para o ambiente é o tremor. A contração muscular aumenta o gasto de energia, quebrando a molécula de ATP que libera calor, mantendo o corpo na temperatura de 36,5 º C.

Saiba mais: https://noticias.uol.com.br/saude/ultimas-noticias/redacao/2017/06/22/da-para-se-adaptar-mais-rapido-ao-inverno-tireoide-e-fundamental-no-frio.htm