O diabetes é uma das doenças crônicas que mais preocupam as autoridades médicas em todo o mundo. Segundo dados da pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel) do Ministério da Saúde, o diagnóstico cresceu 61% em maiores de 18 anos que moram em capitais entre 2006 e 2016. Nesse período, o número de pessoas que dizem saber do diagnóstico de diabetes passou de 5,5% para 8,9%.

“Cerca de 20 milhões de brasileiros estão com diabetes. E o mais preocupante é que muitos desconhecem essa condição. Se você coloca cem pessoas em um auditório, hoje, é provável que dez delas tenham a doença”, explica Guilherme Falcão Mendes, especialista em nutrição clínica.

Existem três tipos de diabetes: o tipo 1, o tipo 2 e o diabetes gestacional. A causa do diabetes tipo 1 é desconhecida, muitos casos iniciam na infância e as pessoas que vivem com essa doença precisam da administração diária de insulina para sobreviver. O tipo 2 atinge a vasta maioria das pessoas no mundo e, geralmente, é resultado de má alimentação e sedentarismo. Já o diabetes gestacional é uma condição temporária, mas que deve deixar alerta as mulheres, pois abre uma porta para a do tipo 2.

Diagnóstico

“O diabetes é uma doença silenciosa. Estudos mostram que o paciente primeiro desenvolve a pré-diabetes e apenas dez anos depois o quadro se agrava. É importante dizer que neste momento inicial é possível reverter o quadro com uma boa alimentação e atividade física. Uma vez que o diabetes se desenvolve, não tem mais como, já que infelizmente a medicina ainda não encontrou uma cura”, alerta o nutricionista. “É essencial que as pessoas façam exames regulares, principalmente após os 35 anos”, aponta Mendes.

A atividade física regular e um cardápio equilibrado no dia a dia são as melhores maneiras para prevenir o diabetes. O consumo de alimentação variada, saudável e em quantidades adequadas permite suprir a demanda de vitaminas e minerais que o organismo precisa para a garantia de uma vida sem riscos. A inclusão de fibras na dieta também é importante, uma vez que tem impacto positivo na normalização das concentrações de lipídeos sanguíneos e na redução dos níveis glicêmicos.

“Na área de nutrição nós comentamos que a dieta de uma pessoa com diabetes deveria ser a de toda a população. Aquilo é que preconizado no Guia Alimentar para a População Brasileira, do Ministério da Saúde, deveria ser seguido por todos que buscam uma vida saudável e sem riscos”, aponta o nutricionista, que ainda alerta: “Pessoas com sobrepeso e obesas têm maior pré-disposição a diabetes tipo 2, mas aqueles com o peso considerado normal não estão alheios a ela se são sedentários e se alimentam mal”.

Alerta na gravidez

O diabetes gestacional é uma condição atípica, caracterizada por hiperglicemia (aumento dos níveis de glicose no sangue) que é reconhecida durante a gravidez. Ocorre em aproximadamente 4% das gestações e geralmente se cura logo após o parto. Mas as mães que tiveram o quadro diagnosticado devem ficar alertas.

“A diabetes gestacional está cada vez mais frequente e acontece muito por conta do sedentarismo da gestante. Ela é temporária porque os níveis hormonais voltam ao normal após o parto, mas deixam um aviso às mães que foram diagnosticadas. Se elas tiveram diabetes gestacional, a probabilidade de desenvolver o diabetes tipo 2 ao longo da vida é grande. Ou seja, é preciso fugir do sedentarismo, balancear a alimentação e fazer exames regulares”, assegura Mendes.

Fonte: http://saudebrasilportal.com.br/eu-quero-me-alimentar-melhor/destaques/1129-habitos-saudaveis-ajudam-a-evitar-o-desenvolvimento-do-diabetes